sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O MELHOR GUITARRISTA???

Pegando o gancho da pergunta da Patricia Rebolo Medici que gostaria de saber o melhor guitarrista na minha opinião...encontrei um saída bem plausível. Não tem essa de melhor- Existe sim, estilos, modos, correntes de fazer a escola guitarrística. Posso citar dois expoentes: Hendrix pelo seu experimentalismo e totalmente autoditata e a técnica cerebral do John Mclau ghlin. Foram os pilares dessa concepção moderna desse instrumento. Trazendo para os tempos atuais- Steve Vai fez a diferença. Em termos da guitarra improvisada, Zappa teceu linhas incríveis. Sem colocar em demérito a corrente da vanguarda como David Torn, Fripp, Allan Holdsworth, Bill Frisell(que tocou com Jovino) E por aí...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O ATO DE ESCREVER...

Escrever é uma necessidade vital. Geralmente não penso muito ao passar para o papel ou a tela do computador(geralmente ambos) Lógicamente, existe uma linha sendo formatada dentro da mente. É importante o exercício de escrever, comentar ou até desenvolver um texto mais sério. Refina a escrita, afina a linha do português, evita o uso do internetês(o que abomino) fomenta o cérebro e induz a linha do raciocínio lógico e ilógico, o ideal é empregar os dois mundos. No meu caso funciona. As fontes são várias: um som que escuto, o gato que mia, uma conversa com alguém interessante, uma notícia, um filme. A minha cabeça pensa o tempo, por mais que não possa aparecer. A ironia, o sarcasmo e um dose de cara-de-pau faz parte dessa adição toda e no fundo TUDO É MUITO SÉRIO. Ledo engano quem pensa quem não... E isso aí, bichos!!!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

ZAPPA

Zappa não improvisava, criava verdadeiras esculturas sônicas na hora com sua Gibson Sg Standard. O GRANDE RITUAL ZAPPISTA. Acender uma vela pro Zappa e dormir. O cara toca todo santo dia aqui na TOCA DA LAPA. Mais que merecido...o mais interessante, ele fala sempre dentro da minha mente. Amanhã tem mais...és o maior divulgador do meu som.Hoje mais e mais pessoas tomam conhecimento da minha obra. Obrigado e durma em paz Mauro Wermelinger. Eu respondo: Brigado Zappa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O SOM PRÁ MIM....

Muito antes dos estudos formais em música(já entrei louco no lance)sempre tive uma pré-disposição a ouvir sons não convencionais. De certa forma aquela linearidade me incomodava um pouco(por volta de 74...75) Nesse meio tempo entrou Cage, Varese, Stockhausen, Xennakis, a corrente do Canterbury Sound: Soft, Caravan, Hatfield and North entre outros. Do outro lado do experimentalismo HENRY COW, GONG, CAN, a turma dos sintetizadores KRAFTWERK, TANGERINE DREAM...Se misturou com o ZAPPA, o jazz avante-gard, o fusion e culminou no HERMETO. Meus ouvidos cansam quando o clima se mantém. Mudança de compasso, polirritmia, acordes sobrepostos, isso é vital prá mim. Ouço como se houve música pelo rádio. Basta dar play e a combustão dentro da minha mente começa a trabalhar e me move a executar as tarefas diárias. Na rua não escuto música(o meu cérebro toca tudo prá mim) podem não acreditar. Repito qualquer seqüencia(cantarolando o tema) de qualquer som que venha na mente. Anos e anos de audição plena deu essa contribuição. DIZEM QUE SOU LOUCO... e sempre ANDO MEIO DESLIGADO...

sábado, 3 de novembro de 2012

FALANDO SÉRIO...

Vivemos o tempo da individualidade, das redes sociais, do excesso de tecnologia, das pessoas falando delas mesmas sempre. Pessoas o tempo todo com fone de ouvido, sabe-se lá o que estão ouvindo ou operando toda hora o smartphone, iphone, rádios motorolas em profusão em qualquer lugar. Cadê a troca mútua da famosa conversa fiada. Do papo furado, da troca de conhecimento fr ente a frente, dos encontros nos apartamentos ou casa para ouvir um som, ler poesias, discutir filosofia entre outros assuntos. As novas gerações querendo tudo prá ontem, as médias gerações tentando ficar parecido, a velha guarda com medo de tudo e se isolando. A coisa anda mal, falta amor, falta sexo, falta emoção, falta camaradagem, falta amizade, drogas em profusão, muita gente bebendo, baixa produção, baixo grau de intelecto, baixa qualidade culturaL e musical. A tríade é do mal: grana, consumo e prazer. ISSO NÃO VAI LEVAR A LUGAR NENHUM. Ainda sou do tempo da adição da paz, do amor, da arte, do espírito, da natureza e da fraternidade que eleva para a VIDA PLENA UNIVERSAL. Tenho dito. Atesto e dou fé. Mauro Wermelinger, 01/11/12 9:01

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ZAPPA...SIMPLESMENTE ZAPPA.

Zappa, esculpindo notas na sua SG. Zappa, banda sempre com os melhores. Zappa, um gênio. Zappa, dos amigos zappeiros como Henrique Costa Lima Claudio Cunha e Délia Zappa Zappa, de Apostrophe até Yellow Shark. Zappa, que fez todas as fusões inimagináveis. Zappa, que gravou rolos e rolos de concertos. Zappa, do gravador Nagra de dois canais até os multitracks digitais. Zappa, de partes impossíveis de guitarra, Coube a Vai tocá-las. Zappa, meu nobre amigo e que vive tocando na TOCA DA LAPA. Zappa, de uma família estável, única mulher Gail Zappa, filhos Moon Unit Zappa, Dweezil Zappa, Ahmet Zappa e Diva Zappa. Zappa, que nunca tolerou as drogas na sua banda. Zappa que ensaiava para um tour de três meses, cinco dias por semanas, oito horas por dia e no final de 80 a 100 temas tudo muito bem tocado e decorado. ZAPPA, como veria o som hoje se estivesse vivo?

domingo, 28 de outubro de 2012

COMENTÁRIOS CONTUNDENTES

Comentário alheio de gente que faz bonito no exterior: " No Brasil sempre tentam comparar com um e outro. Aqui nunca se assume que um músico tem seu próprio estilo de tocar e sempre dizem que parece comfulano,beltrano.Na Europa não.Eles sabem reconhecer quando um músico tem seu proprio estilo..... (Robertinho De Paula, guitarrista que toca nos maiores festivais de jazz da Europa) Comentário de Mauro Wermelinger. Aqui infelizmente, O GRAU COMPARATIVO é sempre exarcebado. MUITA POSE PRÁ POUCO PLAY e tocam em função do instrumento que tem e o equipamento apresentado. Músicalidade passa longe desses "músicos"(excluo aqui os bons que sei quem são) Quando tecem esse tipo de comentário, escondem realmente a falta de competência de fazer o som acontecer(no caso música instrumental). Prefiro o grau qualitativo. É isso aí, bichos!!

HERMETO COMENTA.

Comentário feito lá...nos anos 80. Precisamente no Bairro Jabour. Hermeto uma vez disse:TOCAR você aprende, estuda e corre atrás Ouvir é muito mais complicado. Entender nuances sonoras requer concentração. < Jovino Santos Neto, Lys Araujo, Clarissa Lambert e outras 4 pessoas curtiram isso. Rodrigo de Jesus: Sempreeeeeeee disse isso, o maior atributo de um músico é OUVIR. Pedro Boschi: Tem um video por aí que mostra o Pat Metheny falando que ele toca escutando os outros mas principalmente a si. que ele tem um critico que o habita e diz o que quer que ele toque. Carlo Filipe Banhos Estolano: Uma vez num workshop, o Paulo Moura disse : "quem estuda 06 horas por dia e ouve uma hora de música deveria fazer o contrário" Pedro Boschi: Olha, tenho escutado muita gente no Brasil e do Brasil chamando tudo quanto é tipo de música de "jazz". e isso pra mim é muito louco. não rola. o lance é diferente. ontem escutei musicos brasileiros tocando bossa nova em um video de youtube e claro, eles improvisaram... na boa, muita gente no brasil gosta de se enganar e enganar os desavisados de que improvisa pra valer. na concepção jazzistica, o improviso deve frasear, e principalmente jogar com espaços, pausas. nao é o que tenho visto por aí na praça. Tenho escutado o pessoal tocar escala, com algum desenvolvimento ritmico, mas sem nenhuma história sendo contada, sem boas frases. e mais importante, esse pessoal tira onda de jazzista! Raphael Guimarães: Escutar muita música é a chave do tesouro.. Ouvir e assimilar uma linguagem faz com que você guarde em seu inconsciente essas maneiras, e ao tocar, isso sai quase que espontâneo.. Podem acreditar!! Rodrigo de Jesus: as pedro quem chama tudo de jazz é o americano, Bossa é brazilian jazz, musica cigana é gipsy jazz, Djavan é jazz, Milton é o melhor cantor de jazz segundo a downbeat, o resto que tu falou sobre desenvolvimento eu concordo. Pedro Boschi: Olha, eu particularmente nao gosto da terminologia jazz para qualquer outra coisa que nao seja jazz no seu sentido historico Rodrigo de Jesus. Claro que entendo que a palavra jazz foi utilizada em muitas direções, o que musicalmente é bom, mas chamar tudo de jazz não dá. acho que o lance é entender o que define um estilo e genero. estou morando em ny e sei que pro americano a coisa pode ficar nebulosa, mas cabe aos que conhecem esclarecer tais "fronteiras". Pedro Boschi: outro dia toquei aqui com um baterista americano que me disse que na verdade o tema insensatez nao é realmente bossa brasileira, pois foi feita nos eua. Ou seja, tem um monte de americano falando merda tambem entende. ninguem é dono da verdade. Pedro Boschi: quero dizer que da mesma maneira que um americano generaliza e coloca no mesmo saco a bossa nova e a salsa, pois entende que isso é "Latin", o brasileiro tem tendencia a chamar muita coisa que nao é jazz de jazz. Carlo Filipe Banhos Estolano: Na minha visão , o Jazz é a maneira de tocar que privilegia a improvisação e a criação espontânea. Independente do estilo, que é determinado pelo ritmo (salsa, choro, rock, flamenco, clássico, e até Jazz). Hermeto já falou que o que realmente determina o estilo é sempre o ritmo. Por exemplo, se vc usar apenas uma nota em qualquer célula rítmica característica de um estilo, na mesma hora qualquer leigo (que tenha o hábito de ouvir música, claro) reconhecerá um Samba, Frevo, Rock, Heavy, etc. Já testei isso com alunos e vi que é fato. Pedro Boschi: Caro Carlo, voce está abrindo o assunto numa outra direção. em parte eu concordo com voce, mas acho que a musica é muito maltratada e incompreendida. Quero apenas reafirmar que por estar vivendo aqui nos eua e estudando numa universidade e claro tendo contato direto com as pessoas que historicamente são feitores ou herdeiros de uma tradição jazzistica, tenho percebido muitos equivocos por ambas as partes. E isso que estou falando pode ser comprovado se analizarmos o termo MPB no brasil. isso é um absurdo cara. atrocidades sao feitas em nome desses rótulos. e claro isso nao passa de uma nomenclatura de mercado. Rodrigo de Jesus: O americano tende a previlegiar o que é dele, o que tá certo, então utiliza essa termonologia generica, da mesma forma como só estuda a sua história, a sua geografia, os seus valores culturais, o americano médio é um ignorante completo, no puro sentido da palavra, concordo com ambos Carlo e Pedro. Tb já ouvi dizer que Insensatez é uma melodia do periodo clássico/romantico. Enfim ,acho esse papo bobo, vamos nos focar no desenvolvimento das nossas idiosincrasias, melhor coisa. Pedro Boschi: Rodrigo de Jesus, eu comecei falando que achava muito fraco o nivel da improvisação praticada a rodo no brasil. Isso pois estou cansado de ver e ouvir uma galera que se acha foda e na verdade quando improvisa nao diz muita coisa. E claro, se pensarmos a improvisação jazzistica desde seu inicio, fica evidente que falta ouvido e informação. Mauro Wermelinger: Perfeito Rodrigo de Jesus concordo plenamente com a sua linha. Terminologias são feitas para se situar no periodo histórico. O americano tende a se achar um privilegiado por estar numa grande potência. Hermeto disse uma vez: Eles podem até ter uma harmonia bacana. Mas a nossa riqueza rítmico-melódica e a diversidade como a música muda em cada cidade, bairro, estado... Isso eles não tem. Rodrigo de Jesus: harmonia? tais brincando quero ver um berkleniano sair do Jabour sem ferimentos,rsrsrss. Mauro Wermelinger: Foi Hermeto comentando a muito tempo, em relação aos standards. Rodrigo de Jesus: Toninho Horta, Hermeto, Egberto, Villa, Santoro, Buarque, Lobo, Jobim, quer mais HARMONIA, E SE O LANCE É ESSE VOU DE DEBUSSY, SCHÖNBERG, BARTOK,WEBERN, BERG, todos americanos como podemos ver,rsrsrsrs, kkkkkkkkkk. Pedro Boschi: Esse tipo de abuso que me refiro tem muito a ver com o que o ed motta reclamou ontem: tem gente que fica postando video no youtube dizendo "escuta essa reharmonização que eu fiz pra essa musica do tom jobim..." Mauro Wermelinger: boa essa Rodrigo de Jesus Mauro Wermelinger: Piada né Pedro Boschi Leonora Meirelles: Muito bom esse post de boas trocas, opiniões, conteúdo, enfim! Você deveria salvá-lo e quem sabe publicá-lo no seu blog se todos aqui concordarem Mauro! Mauro Wermelinger: Boa sacada dona LEO...VOU PUBLICA TUDO NO BLOG E TODOS CONCORDAM NÉ??? Pedro Boschi: claro Mauro Wermelinger, inclusive aproveito pra enfatizar o assunto debatido com esse depoimento do maior de

sábado, 27 de outubro de 2012

O SOM INSTRUMENTAL DA LAPA

O SOM INSTRUMENTAL DA LAPA Uma nova geração surge o que considero a segunda pós-a turma do Itiberê. Leia-se Bruno Aguilar, Vitor Gonçalves, Bernardo Ramos, Joana Queiroz entre outros (as). A tendência agora e recomeçar um novo ciclo, o jazz latino que vai abrir uma nova frente. Não aquela velha fórmula dançante(também) mas dando lugar as práticas interpretativas dos seus interlocutores na execução dos temas propostos. Clássicos do jazz, da nossa MPB sendo executados ao molho do som latino. Fazendo desses temas ficarem com algo a mais- o fator criativo da proposta em si. Certamente o jazz moderno tem sempre o seu lugar, assim como a bossa e a nossa rica MPB. Mas é preciso mais swing (somos brasileiros) A percussão ajuda a inflamar o local e dando espaços para improvisos fora do sentido estético bebopeano. E com certeza isso está fazendo diferença a não preocupação em ficar repetindo fórmulas e literalmente estudando no palco o que torna o concerto previsível. Isso sem o radicalismo e o excesso de polifonia. Não vejo espaço pra isso hoje e principalmente na LAPA. O som hoje é imediatista e se consegue com o esmero nas estruturas harmônico-melódicas de fino trato sonoro. E com essa terceira geração de músicos como Rodrigo Ferreira, Leandro Freixo, o baterista Guga, Daniel Santos (saxofonista uruguaio) Vanessa Rodrigues (teclados) se consegue um resultado muito superior do que é produzido hoje na Lapa (ela vem cansando da mesmice sonora) já comentei sobre isso (ver em notas).Nunca faria sentido um som muito atonal e complexo na Lapa. Até é possível, mas... o problema é audiência que emburreceu o cérebro deles andam em compasso 2/2 bebem demais, deixando tudo muito lento. A audição é muito rápida, o cérebro trabalha mais e com as substâncias etílicas ele fica em compasso de espera e o som já foi e veio outro... Aos novos construtores sonoros da Lapa mãos à obra e som neles.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

LIS DE CARVALHO WORKSHOP parte 2

Depoimento de Lis de Carvalho, durante a sua workshop na Escola World Music

quarta-feira, 16 de maio de 2012

LIS DE CARVALHO workshop na Escola World Music

Lis de Carvalho em momento de falta de criatividade em tocar o tema de sua autoria "Sua Alma Comigo" e ser repetitiva nos seus depoimentos.
Tudo soa sem o menor comprometimento com a a educação musical.

domingo, 22 de abril de 2012

SOBRE A CRIATIVIDADE...

SOBRE A CRIATIVIDADE MUSICAL E CULTURAL ENTRE A METADE DOS ANOS 60 E MEADOS DOS 80. Considero tudo que foi feito nesse período um marco da criatividade seja ela brasileira ou estrangeira. Me refiro ao todo. Hoje, infelizmente é a mais pura verdade e o mais impressionante, que ainda tem pessoas que afirmam que tudo anda evoluindo sempre. Ontem mesmo na Lapa, percebi que até o comportamento dos ditos alternativos não passam de fenômenos efêmeros e reforça a minha ideia "MUITA POSE PRÁ POUCO PLAY"

SOBRE O BRASIL DE CARA...QUEBRANDO PARADIGMAS NO LAMAÇAL SONORO DA LAPA

SOBRE O BRASIL DE CARA- QUEBRANDO PARADIGMAS NO LAMAÇAL SONORO DA LAPA... por Mauro Wermelinger, domingo, 22 de Abril de 2012 às 12:33 · Ontem fiquei até três horas da manhã para ver e ouvir um projeto super-original na Lapa e valeu a pena ficar até cinco da manhã ouvindo o sempre atual projeto de música e ritmos brasileiros do chamado Circuito Alternativo do Rio de Janeiro, BRASIL DE CARA Marcelo Bruno, uma das mentes mais orquestrais do então circuito. Funde com desenvoltura um passeio entre os mais ricos ritmos do nosso País: Maracatu, Baião, Côco, improvisação e até um passeio pela obra de Jobim... Com uma formação pouco usual para os padrões estéticos musicais com quatro vocalistas Marisol Corteletti, Juliana Gerth entre outros...Mais flauta em sol, bateria, violão e a percussão de Anna Heuseler nos apresenta uma sucessiva massa rítmica que foi apresentada num sobrado na Lapa. Bruno e o seu BRASIL DE CARA, nos revela jovens músicos comprometidos com o som de qualidade, fugindo a projeto efêmero que vem se espalhando como erva daninha por todo o Circuito Off da LAPA. Projeto esse iniciado, durante um festival musical estudantil dentro de uma Entidade Escolar. Bruno com muito ensaio e seriedade leva esse projeto com afinco, talento e musicalidade. Sai de lá com a sensação de que: Ainda existe qualidade e trabalhos que merecem a atenção do sistema midiático musical. Certamente, BRASIL DE CARA merece um Teatro com uma boa acústica, excelente microfonação para essa desgustação de criatividade musical em plena Lapa. Música até para dançar...MAIS PRÁ OUVIR SEMPRE...Com tanta diversidade musical...Parabéns Marcelo Bruno e ao BRASIL DE CARA. Somente um projeto original como esse é capaz de me tirar da TOCA DA LAPA num sábado qualquer na Lapa.
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sexta-feira, 20 de abril de 2012

LIS DE CARVALHO NO SESC

Mais dois videos do seu show no Sesc Instrumental



domingo, 1 de abril de 2012

SOBRE O ESCULTOR SONORO, CARLOS MALTA.



SOBRE CARLOS MALTA NO LARGO DO MACHADO...
por Mauro Wermelinger, domingo, 1 de Abril de 2012 às 00:20 ·

Ao escultor Sonoro Carlos Malta: nos conhecemos em 1984. Trupe do campeão Hermeto Pascoal que tu ficaste de 1982 a 1993.

Viagens, concertos, palco, hotel, passagem de som, montagem de equipamentos, uma ralação danada e o som rolando sempre, fora o que era estar´com esse grupo durante nove anos...o tempo passou, passou e seu som mudou e ganhou fôlego do Pife Muderno até o tributo a Elis.

Malta, malta, de todos os saxes e todas as flautas, vizinhos, improvisador nato, criador de melodias, comunicação perfeita, banda de prima, ensinando a família dos saxes e flautas.

Domínio criativo no soprano, sem coltranear no tenor(com todo respeito ao mestre Coltrane) na flauta em dó, melodias intrincadas no improviso, passando pelas flautas mais graves em sol e baixo(sempre criador) no flautim ou picollo, agudos limpos e precisos e trovejando som no barítono... OBRIGADO BICHO, vou dormir feliz da vida por participar desse concerto. Concerto sim, show é BANDA EVA... Carlos Malta e 4teto fazem concerto e ainda com Elis de base...repertório ainda soando melhor que o próprio jazz(nada contra ao jazz).

FUI...CAMA...ESTOU MORTO.UAU!!!!!! FICOU ENORME ESSE, RISOS.



quarta-feira, 7 de março de 2012

LIS DE CARVALHO- UM BATE PAPO

Lis de Carvalho e seu trio numa conversa com Patrícia Palumbo para o canal Sesc Instrumental.


LIS DE CARVALHO- ENTREVISTA

Entrevista feita por Patrícia Palumbo para o canal Sesc Instrumental sobre o seu trabalho.



domingo, 4 de março de 2012

LIS DE CARVALHO CAMINHO DE DENTRO-UMA PRÉVIA

Concerto completo realizado no SESC INSTRUMENTAL EM SAMPA.


Pré-lançamento do seu primeiro disco liderando um pequeno combo formado por Daniel D'Alcantara(trumpete e flugelhorn) Célio Barros(baixo e produtor do seu disco) via PMC(Produção de Música Contemporânea) e Giba Favery(bateria)


Uma apresentação honesta revelando o seu lado de compositora. A pianista executa temas autorais de composições já feitas há algum tempo.

Destaco o tema DE NOITE.(pela abertura free de Barros e na sua concepção)
Destaque para o baterista Giba Favery que deu o suporte perfeito para essa apresentação.
Apesar de ser um concerto burocrático. Temos como ver e ouvir a ideia do seu trabalho.
Com alguns ecos da escola do piano europeu com Esborjn Svennson, uma pitada de Jarrett e algum arrojo em determinados temas como "DE NOITE" e improvisos super-discretos.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:

Talvez por nervosismo de uma pré-estréia gravada na TV. É Praticamente a sua segunda apresentação com esse trio... fica claro como Barros, D'Alcantara e Lis ficam presos a partitura praticamente a apresentação inteira(nada contra tocar lendo) Porém...isso demonstra falta de entrosamento com poucos ensaios(creio eu) e uma certa insegurança do líder.
Certamente, isso também se deve ao fato de ter dedicado uma boa parte da sua carreira lecionando na ULM(Universidade Livre de Música) atual EMESP-TOM JOBIM(uma O.S ligada ao Estado de São Paulo)
Lis de Carvalho, do Primeiro Grupo Feminino Instrumental Kali(anos 80) marcou a sua carreira. Tocou também ao lado de Edu Lobo, Walter Franco e Grupo Coral e Instrumental TOM DA TERRA(seu segundo maior trabalho) e na Teledramartugia produzindo trilha sonora para o SBT.

Certamente, Lis de Carvalho fez parte durante os anos 80 do circuito de jazz e música instrumental da cena paulista ao lado do baterista Duda Neves...Década promissora no circuito instrumental no eixo RIO-SAMPA.

Por quase vinte anos se dedicou há algumas participações(Programa Altas Horas, ao lado do baixista funk-fusion Celso Pixinga ou acompanhando o seu ex-parceiro Cesar de Mercês(do extinto grupo de rock progressivo e rural O TERÇO) e cuidando da área educacional formando e educando jovens talentos.
Lis de Carvalho, agora faz o seu retorno ao tão predatório circuito instrumental, e ainda enfrentar a crise(financeira e criativa) que se assola nesse nicho. Esperamos que seu CAMINHO DE DENTRO possa dar o caminho certo para o seu som, nos resta saber para onde...

BOA SORTE LIS DE CARVALHO...


E não poderia deixar de citar o grande expoente do trumpete paulista Daniel D'Alcantara.


OBSERVAÇÕES DO BLOG:

Lis de Carvalho, fez pouco emprego do piano elétrico Fender Rhodes(cedido por Barros) que poderia ter feito a diferença nesse show, dando um molho a mais.

Prá Luiza(uma levada bossa-novistica em homenagem a sua filha)
Salssando(um tema latino, já gravado por Celso Pixinga)
Sua alma comigo-piano solo.
Sonata Brasileira- Uma sonata em choro-samba(Segunda melhor composição)
Invernal, outro tema também tocado e gravado por Celso Pixinga.

SOBRE O ASPECTO COMPOSICIONAL:


Lis, se ateve em tocar suas composições feitas em outras épocas. Faltou trabalhar mais arranjos dividindo ou dobrando vozes entre os músicos.
Se limitou a desenvolver o tema e fazendo a ponte para alguns vôos do trumpetista Daniel D'Alcantara que demonstrou clareza e precisão no fraseado.
A linha de baixo foi precisa de Barros, que brilhou em alguns momentos, além da sua condução que cumpriu bem o seu papel(tinha mais espaço dentro da melodia),
Coube a distribuição de frases, divisões, condução e sustentação rítmica do Favery que abrilhantou todos os temas.
Em relação ao líder que se saiu bem...já que todas as suas composições são de sua autoria.
Faltou mais arrojo nas passagens dos solistas e uma linha de improvisação mais densa e criativa com ideias na mão direita e aplicando a chamada e resposta entre os interlocutores musicais do seu Combo.
É isso...até um outro dia...






SET LIST: Na ordem da apresentação no SESC INSTRUMENTAL.

Caminho de Dentro.
Jaboticaba.
Salssando.
Invernal.
Sua Alma Comigo(piano solo)
De noite.
Prá Luiza.
Sonata Brasileira(o link mais votado no momento)

Todas as composições são de autoria de Lis de Carvalho.
Tempo total: 63'12''


Outras matérias referentes ao trabalho de Lis de Carvalho, pesquise no blog em publicações antigas.



















MONIQUE ARAGÃO EM VERSÃO IMPRESSA.


MÚSICA, MENTE, CORPO E ALMA
Interpretação e a comunicacão através da música
Monique Aragão
Editora Rocco



Premiada pianista e compositora, depois de lançar seis CDs autorais e
publicar livros de partituras, Monique Aragão estreia como escritora com um
grande desafio que impôs a si mesma: tentar responder objetivamente a várias
questões subjetivas que envolvem sua especialidade. A primeira delas é: o
que a música, um poderoso meio de comunicação, comunica exatamente?

Em onze capítulos curtos e atraentes ‹ que têm sempre como epígrafe uma
frase de algum músico conhecido ‹ a autora trata de cada tema proposto de
forma clara, sem excessos de didatismo.

Explicar a função do intérprete na música; investigar sua personalidade
artística e carisma; mostrar as diferenças entre talento e vocação,
musicalidade e técnica e a importância de todos estes atributos na vida do
artista; encontrar formas para definir o que é a beleza e seu papel numa
obra de arte. Estas são algumas das difíceis propostas de Monique, para quem
os sons ‹ como ela própria confessa, na introdução ‹ sempre lhe vieram mais
facilmente que as palavras.

O tom de conversa faz o texto fluir com leveza, fugindo do hermetismo e de
outros obstáculos que pudessem se intrometer na palavra-chave do livro:
comunicação.

Nomes e situações foram alterados, mas todo o conteúdo é baseado em
experiências de Monique como educadora e pessoa que pensa a arte a que se
dedica.

Imagens são usadas para facilitar a compreensão da arte de ouvir os sons;
filmes e livros famosos servem para ilustrar temas diversos e explicar o
aparentemente inexplicável, como a beleza ‹ para explicar como a percebemos
por intermédio dos cinco sentidos, por exemplo, a autora lança mão de ³Ray²,
³A sereiazinha², ³O perfume² e ³Como água para chocolate², entre outros.

Personagens mitológicos, como Zeus, Narciso, Dionísio e Chronos, também
servem de ferramenta a Monique, que passeia pela cultura clássica e pela
cultura popular ‹ incluindo-se aí obras de ficção científica, seriado de
televisão e muito mais ‹ para tentar elucidar e desmistificar conceitos como
o da genialidade e o que nos motiva a considerar uma música brega ou até
mesmo a rejeitá-la por completo ‹ como aconteceu com as últimas obras de
Beethoven à época de sua criação.

A tarefa da autora pode parecer hercúlea, no entanto, certamente por tratar
a complexidade com uma linguagem simples e direta ‹ resultado de oito anos
de trabalho ‹ o livro flui como se tivesse sido escrito com extrema
facilidade e é compreensível até para os mais leigos.

NOTA DO BLOQUEIRO: Mauro Wermelinger.

Um livro instigante que retrata a música como ela deve ser: Livre, espiritual e mostrando que o som é para todos desse universo abstrato.
Levando o leitor ao seu mais profundo desejo musical, que a música permeie todas as pessoas de bem.
Como está escrito no seu livro:

Música: arte maior, ápice da criação humana.
Mente: para a sua execução composicional e reflexão.
Corpo: Para o seu condicionamento físico, técnica, interpretação e improvisação.
Alma: Um mergulho nas mais profundo sentimento musical e espiritual.

M.M.C.A-Uma boa sigla...que seja adotada...

Release cedido por Monique Aragão.

sábado, 3 de março de 2012

MONIQUE ARAÇÃO, UMA PIANISTA À SERVIÇO DA EDUCAÇÃO



Monique Aragão

Pianista, compositora e arranjadora carioca, nascida a 10 de novembro de 1960, formada em música pela Universidade do Rio de Janeiro.

Foi premiada nos concursos de piano ALCINA NAVARRO (1970), LIDDY MIGNONE (1973) e LÚCIA BRANCO (1976) de música erudita e recebeu, em 1992 o PRÊMIO SHARP de REVELAÇÃO INSTRUMENTAL pelo seu 1º CD MONIQUE ARAGÃO (Selo Perfil Musical). Em 2009 recebeu o título de “Mulher do Ano em Música” pelo Conselho Nacional de Mulheres do Brasil, na Academia Brasileira de Letras.

Em sua discografia autoral figuram os CDs , MONIQUE ARAGÃO ( 1991-Perfil Musical) ; CANOAS (1993-Perfil Musical), também com composições próprias; VENTOS DO BRASIL (1995- selo francês Buda Musique) com distribuição mundial; OS OLHOS DE CRISTAL (1997-Vitale Records.) para crianças; MARCAS DA EXPRESSÃO (1999- Kuarup) e SUITE DO RIO (2006- Delira Música).

Compôs trilhas Originais do longa metragem O FILME DA MINHA VIDA (de Alvarina Souza e Silva -1991), dos espetáculos de dança O RIO CARIOCA (1994), REQUIEM PARA A FLORESTA (1996) E CALLAS (1998) da COMPANHIA DE DANÇA RIO.

Compôs também a trilha do musical infantil BALBINO & BENTO ( de Elizabeth Araújo) e da peça teatral FLOR DE OBSESSÃO (de Robert Guimarães).

Produziu e escreveu os livros de partituras CORAL HOJE (1989), O MELHOR DE ERNESTO NAZARETH (1997) e SEIS ESTUDOS PARA A MÃO ESQUERDA (1997), todos pela editora Irmãos Vitale.

Estreou a comédia musical SUCESSO, assinando texto, músicas e direção, na Casa do Riso, em março de 2001.

Foi professora de interpretação e técnica vocal nos programas FAMA, FAMA BIS (2002). e FAMA III (2004) da REDE GLOBO de televisão. Também foi professora da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) no período entre 1999 e 2001.

Em dezembro de 2006 foi indicada ao prêmio Rival-Petrobrás na categoria “Melhor Arranjador” pelo seu CD “Suite do Rio”.

Publicou o livro “MÚSICA, MENTE, CORPO E ALMA – Interpretação e a Comunicação Através da Música” pela Editora ROCCO em 2011.

Suas composições e performances figuram também nos Cds ORQUESTRA DE SAX, MARIA TEREZA MADEIRA, CORAL CANTO EM CANTO, BALADAS BRASILEIRAS de David Ganc, CHARANGA de Ronaldo Diamante, ORQUESTRA DOS SONHOS de Tim Rescala, TEMPO BOM de Telma Costa, DOLORES (trilha sonora da peça homônima), ROMANCE POLICIAL de Tim Rescala.

Monique Aragão trabalha desde 1983 como diretora musical e arranjadora em espetáculos teatrais, se apresentou nos melhores teatros do Brasil, como pianista solista ou acompanhando artistas da MPB, e atua em produções de TV como produtora musical.

Uma musicista que flerta em todas a seara da área pianística, esbanjando talento, capacidade educacional além do limite. Colocando o seu piano a serviço de todas as formas de arte e sempre pensando no seu cunho educacional.

Nesse mercado altamente predatório, Monique Aragão passeia sultimente e marcando sempre o território da cena pianística do Rio de Janeiro.

Avessa ao modismo que infesta as diversas correntes do piano, ela costuma ser inclassificável no seu estilo do clássico ao popular, do jazz a música de concerto, o piano de Monique Aragão se destaca nesse cenário.

Quarenta e dois anos de uma relação enamorada ad eternum com as oitenta e oito notas, brancas e prêtas sem preconceito ou pré-conceito.


Biografia cedida por Monique Aragão.

Texto final: Mauro Wermelinger.

Fotos(Facebook, Monique Aragão)








JOVINO SANTOS NETO E SEU ENCONTRO COM HERMETO PASCOAL

JOVINO SANTOS NETO | Tocando a campainha, na casa de Hermeto Pascoal

Hermeto Pascoal

Era um domingo ensolarado em novembro de 1977. Eu e meu amigo de infância Jacinto olhamos para o portão fechado à nossa frente, ali na Rua Vitor Guisard, no Bairro Jabour, perto de Senador Camará, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Eu perguntei a ele:

— Será que eu toco a campainha? Ele me garantiu que ali mesmo, naquela casa por detrás do muro alto, morava o Hermeto Pascoal. Ele havia chegado de São Paulo há um ano. Sem mais titubear, apertei o botão.

Eu estava ali por curiosidade pura. Recém-chegado há duas semanas de Montreal, no Canadá, onde eu tinha passado 3 anos estudando biologia e tocando música, eu agora me encontrava de volta ao meu bairro de nascença, Realengo, ali pertinho do Jabour, a caminho de um curso de pós-graduação na Amazônia. Minha curiosidade era grande. Em 1967, aos 13 anos, eu vibrei com Edu Lobo e sua linda composição “Ponteio” que venceu o festival da Record, sem me dar conta que aquela flauta que parecia um pássaro cantando por detrás das vozes era tocada por um albino baixinho sem pescoço, escondido detrás dos outros instrumentos. Eu havia lido uma reportagem da revista O Bondinho de 1972, antes de ir estudar fora, com uma matéria sobre aquela figura exótica e quixotesca mesmo antes de ouvir sua música, o que só veio a acontecer em 1973, no Teatro Fonte da Saudade, na Lagoa. Assisti a outro show do Hermeto no Museu de Arte Moderna do Rio em 1975, enquanto passava férias e mais uma vez, saí de lá maravilhado com o som, mas confuso por não saber colocar o que eu tinha ouvido dentro de nenhuma categoria conhecida. De volta ao Canadá, conheci outras facetas do trabalho do Hermeto nas gravações que ele fez com Airto Moreira e Flora Purim. Por isso, de volta ao Brasil, em 1977, eu me encontrava ali, prestes a tocar a campainha da casa dele, e meio nervoso, sem saber o que lhe dizer.

Juntei a coragem e apertei o botão. Dona Ilza Pascoal, esposa do Hermeto e mãe de seus seis filhos, abriu o portão:

— Pois não… Eu gaguejei:

— O-O-O Hermeto está? Eu sou músico e gostaria de conhecê-lo. Ela me conduziu até a sala, e de repente eu me vi sozinho ali, sentado no sofá, enquanto Hermeto Pascoal, de short e sem camisa, estava tocando num piano elétrico com fones de ouvido, seus olhinhos fechados. Tudo que eu ouvia era o batucar das teclas. Uns 20 minutos se passaram, o que me pareceu uma eternidade. Eu já estava pensando como ia sair de fininho, sem que ele notasse, quando ele abriu os olhos, sorriu e me cumprimentou:

Unica Zürn— Tudo bem? Comecei a me apresentar. Tudo o que eu queria era lhe dizer da minha admiração pelo seu trabalho. Falei do grupo com quem eu tinha tocado piano no Canadá, Mélange, e disse que estava ali no Rio de passagem, a caminho de um curso de pós-graduação na Amazônia. Será que o Hermeto conheceria um lugar para se tocar um pouco, onde rolava uma jam session? Eu mostrei a ele uma fita cassette do Mélange, e ele me mostrou uma do novo disco dele, o “Missa dos Escravos”. Tocou a faixa-título, com o som dos porcos e aqueles acordes muito estranhos para mim. Ele então me perguntou:

— Você sabe ler partituras, acordes cifrados? Eu menti:

— Ah, sim, claro…

— Olha, eu tenho um Grupo, e estou querendo tocar mais flauta e saxofone, precisava de um pianista para essa sexta-feira para um show no Morro da Urca, você toparia fazer comigo?

Isso não era bem o que eu esperava, pois eu nunca pensei que ele fosse me convidar para tocar. Eu retruquei que não poderia assumir nenhum compromisso, devido ao meu curso, tinha uma prova para a bolsa de estudos em 2 semanas, etc… Ele disse:

— Escuta, se você quiser tocar, pode ser sem nenhum compromisso, me avise quando tiver que ir para a escola e fica tudo bem. Ele então puxou uma folha de papel com uns acordes escritos. Lembro claramente do tema, “Campinas”, uma linda balada que ele havia composto há pouco tempo. Ele me pediu para sentar ao piano elétrico e tocar os acordes. E ali mesmo, sem saber formar nem a metade deles, ambos nos certificamos que eu realmente não lia nada. Minha experiência musical incluía umas aulas de piano que eu tive com a Dona Jupyra quando tinha 12 anos, mas desde então, tudo que eu tocava era de ouvido, músicas copiadas do rádio ou de discos, e minhas composições, que eu tocava de cor. Hermeto deu um sorriso matreiro, e disse:

— É, acho que você precisa ensaiar um pouco… pode vir aqui amanhã de tarde? Os meninos do Grupo vêm ensaiar, e você vai aprender com eles. E lá fui eu pra casa, sem saber direito onde tinha amarrado meu burro. Claro que eu não poderia entrar de novo num conjunto musical, tinha outros planos traçados, uma vida dedicada à pesquisa científica dentro da biologia, onde a música figurava apenas como um hobby, uma distração. Eu havia provado de um pouco da vida de músico no Canadá, e não achava que meu caminho era viver dentro dos ambientes enfumaçados dos clubes, tocando para gente que não estava lá para ouvir música. E agora estava dividido, porque dentro de mim, algo queria muito mesmo tocar, aprender e compartilhar aquele som.

Segunda-feira, 14h, lá estava eu de volta ao Jabour. Conheci Itiberê Zwarg, baixista e Peninha, baterista. Hermeto me apresentou a eles e começamos a ensaiar, uma variedade de temas: um baião, um frevo, aquela balada que eu não conseguia tocar. Lá pelo meio da tarde apareceu um percussionista que se chamava Pelé. Ele havia conhecido o Hermeto durante a gravação do disco “Orós” do Fagner, e foi convidado para aparecer no ensaio. Hermeto disse a ele:

— Campeão, esse negócio de ser Pelé não dá, você vai se chamar Pernambuco. Pelé/Pernambuco havia trazido um berimbau e umas tumbadoras, mas o Hermeto, que sempre chamava todos de “Campeão”, disse:

— Olha, vende esses negócios, porque você vai ser um percussionista diferente. Nada de tumbadora ou berimbau, já tem muita gente tocando isso. Amanhã você vai no Mercado de Madureira e arranja uns chocalhos de bode, umas conchas e umas panelas. Vamos criar uns instrumentos novos.

E assim a semana passou, o Grupo ensaiando, tocando o mesmo tema 20, 30 vezes. Eu, meio apressado, achava que estava bom, que poderíamos ensaiar outros temas, ou então improvisar, que era o que eu no fundo queria, mas o Hermeto insistia que ainda tinha muito o que melhorar. No segundo dia de ensaio apareceu o Cacau, saxofonista e flautista que tocava com o Grupo há algum tempo. Eu nunca tinha tocado num grupo assim antes, em que as partes eram definidas e ensaiadas múltiplas vezes, enquanto o Campeão (nós o tratávamos pelo mesmo nome que ele nos tratava) mudava uma nota aqui, uma batida ali, e todos reescreviam suas partes na hora. Muitas vezes apenas a “cozinha” (piano, baixo e bateria) ensaiava o tema inteiro, sem os sopros. Eu, que havia me acostumado a tocar sempre com outros músicos cobrindo meus erros, de repente passei a me sentir muito vulnerável. Nesta nova situação musical, o baterista nunca marcava o tempo; ele tocava de uma forma mais livre, colorindo as frases, o que me deixava meio inseguro, sem entender direito como fazer com todas essas vozes coexistindo. Hermeto assumia o piano e tocava, às vezes improvisando durante 15 ou 20 minutos com a banda, o que me deixava louco de vontade de imitá-lo. Um dia perguntei a ele:

Unica Zürn— Você pode me ensinar técnica, exercícios para tocar assim rápido e limpo? Ele sorriu:

— Não, técnica não existe separada da música. Esses temas que vocês estão ensaiando exigem técnica, e por isso temos que repetir muitas vezes, para que a mente e as mãos possam aprender naturalmente. Mas se você quiser estudar apenas a técnica, você vai virar um robô, tocando um monte de escalas e frases feitas de forma automática.

Por fim chegou a tal sexta-feira. O show era na Concha Verde, que era um anfiteatro ao ar livre no alto do Morro da Urca. Para chegar lá era preciso tomar o bondinho do Pão de Açúcar, o cartão postal mais conhecido do Rio de Janeiro. Eu cheguei lá cedo, muito feliz em ver o local apinhado de gente, com pessoas encarapitadas em cima das árvores para ficar mais perto do palco. Eu nunca tinha participado como músico de um evento assim, e estava ansioso para mostrar tudo aquilo que havíamos ensaiado durante a semana. Peguntei ao Hermeto qual seria a primeira música da noite, e ele respondeu:

— Não sei, vamos entrar no palco e criar um lance. Eu fiquei confuso:

— Como assim? E os temas que a banda ensaiou esses dias todos?

— Hoje e agora não é uma boa hora para aqueles temas. Vamos tocar outros. E de repente lá estávamos nós no palco, criando levadas, improvisos e solos que nunca tinham acontecido antes. Outros músicos apareceram: Mauro Senise, José Carlos Bigorna, Márcio Montarroyos, de repente havia um naipe de sopros no palco tocando coisas que eu nunca havia ouvido. Numa certa hora Hermeto me manda entrar no palco e fazer um solo de clavinete, um teclado com cordas. E eu perguntei:

— Que tipo de solo você quer que eu faça? Meio soul, funk, rock?

— Nada disso – quebre tudo, toque o que você sentir na hora. Eu fui, sem saber direito o que era “quebrar tudo” e assim que eu comecei a tocar, ele parou a banda inteira e todos saíram do palco, me deixando sozinho com centenas de pessoas ouvindo. Foi ali naquele momento que eu me dei conta que uma transformação estava acontecendo, uma coisa meio misteriosa que eu não conseguia entender, mas que era uma delícia. Claro que ter as pessoas aplaudindo era bom, mas a satisfação maior era a de encontrar naquele momento uma resposta intuitiva em mim para um desafio que envolvia a mente, o corpo e o coração, tudo junto. Toquei sem pensar em frases pré-construídas, de uma forma tal que os espaços entre as notas se tornaram tão ou mais importantes que as notas.

Ao final do concerto, todos estávamos exaustos e felizes, e o Hermeto me perguntou:

— E então, gostou?

— Claro, adorei…

— Bicho, se você quiser, sábado que vem temos um outro show em São Paulo. Quer fazer? E eu, já imaginando o que poderia acontecer, respondi:

Unica Zürn

— Eu gostaria, Campeão, mas nesse dia eu tenho que fazer a prova para minha bolsa de estudos aqui no Rio, dura o dia todo…

— Que horas é a prova?

— das 7 às 16h.

— Pronto! Nosso show é às 21h em S. Paulo. Você faz sua prova, pega a Ponte Aérea e chega lá no Ginásio da Portuguesa a tempo, vamos te esperar… tem uma passagem te esperando no aeroporto.

E como tinha de ser, eu fiz a prova no Rio, e peguei o avião pra Sampa e um táxi para o local do show. Cheguei na Portuguesa e estava acontecendo um tipo de festival, a Clementina de Jesus e Xangô da Mangueira estavam cantando, e lá atrás do palco, o Hermeto e o resto da banda. Fiquei feliz de rever o pessoal, e o Hermeto me cumprimentou:

— Está pronto?

— Estou, Campeão.

— Então vamos nessa. O concerto foi totalmente diferente do que aconteceu no Rio, o público em São Paulo ouvia de uma forma muito diferente. Foi a primeira vez na vida em que eu percebi que cada nota que eu tocava ressoava em alguém lá na platéia, e voltava para mim com uma vibração. Tudo o que a banda tocava era amplificado não pelos alto-falantes, mas pelo povo que estava ali bebendo daquele som. E eu vi como o Hermeto se alimentava daquela vibração. Naquela época ele tocava uma flauta com captador e uma caixa de efeitos que ele podia manipular, achando sons de microfonia e distorções, que antes só com Jimi Hendrix eu havia ouvido. Ali, naquele momento, eu entendi o porquê do apelido de “Bruxo” que o Hermeto tinha. A flauta era uma varinha de condão, e ele a usava de uma forma natural, sem maneirismos, tocando e apontando para o amplificador, usando a microfonia como uma melodia. Ouvi naquele concerto outros temas que nunca havia conhecido, inclusive a linda “Aquela Valsa”, que o Mauro Senise tocou de sax soprano. Eu não toquei o piano o tempo todo; várias vezes o Hermeto corria e me enxotava do teclado, dizendo:

— Vá pegar uma percussão e fique ali ao lado do Pernambuco, mas sempre de olho em mim. Eu ia, e enquanto tocava um triângulo ou caxixis, observava como ele era capaz de pegar um certo ritmo ou estilo e injetar uma coisa nova, uma nova tonalidade, até que a maré se estabilizava outra vez, e ele me dava um sinal para retornar:

— Agora fique tocando assim, mas não deixe a peteca cair de novo!

Eu, que nem sabia que a peteca tinha caído, achava que estava tudo bem, mas ele estava ouvindo tudo, e com firmeza e carinho, corrigia meus muitos erros e comentava depois:

— Olha, eu às vezes grito e pareço meio grosseiro no palco, mas o som está rolando, e o som é sagrado. Não ache que eu estou com raiva, estou cuidando do som. A maneira carinhosa com que ele tratava todos do Grupo deixava isso bem claro, mas ele nunca deixava passar um segundo em que as peças daquele quebra-cabeça complexo estivessem fora do lugar, sem que ele interviesse para ajustar um ou outro detalhe.

Em São Paulo, passei a conhecer o lado estradeiro do Hermeto. Em casa no Jabour, ele nunca saía, ficava em casa vendo futebol e tocando, mas nas viagens ele se tornava aquele personagem que os índios americanos chamam de “Coiote”, o brincalhão esperto, o coringa multicolorido que desafia, desacata e desafia tudo que estivesse na frente do Som. Na manhã seguinte ao show da Portuguesa, eu fui ao seu quarto de hotel e ele me disse:

— Ouça esse choro lindo que eu escrevi: e tocou sentado na cama um chorinho de 3 partes no sax soprano, e eu pensando: Como nunca ouvi esse choro antes? Ao fim, ele disse:

— Escrevi nada, inventei isso agora mesmo, improvisei a música inteira. Isso para mim passou a definir a essência Hermética. O improviso tão estruturado que parece escrito, e a escrita tão fluida que parece fluir da chama do improviso free.

Unica ZürnOutra coisa que me atraiu muito no Hermeto era a fibra nordestina. Como neto de sergipano, cresci ouvindo o linguajar e a maneira nordestina de pensar, falar e agir, e o Hermeto representava o arquétipo do “cabra da peste”, o vaqueiro do agreste que dribla o clima, a distância, as limitações físicas e tudo o mais que vier ao encontro da sua rota traçada pelo destino. Hermeto me lembrava um peão montado num cavalo chucro, correndo no meio da caatinga espinhosa atrás da rês desgarrada da melodia, usando a rede da harmonia e o tropel da zabumba para alcançar seu objetivo.

Com o fim do ano de 1977, tudo aconteceu ao mesmo tempo para mim: a descoberta de um universo musical de cuja existência eu nem suspeitava, junto com a aprovação para o curso de mestrado em ecologia no Instituto de Pesquisas da Amazônia. Uma escolha devia ser feita, e logo.

Uma trilha que se bifurca na mata, sem sinais ou setas apontando o caminho certo. Deveria eu seguir os estudos iniciados, explorando com a mente as muitas conexões entre a natureza e os seres vivos, ou pular de cabeça nesta aventura de músico, aprendiz do feiticeiro com varinha de condão de prata, e muitos truques escondidos na cartola branda da sua cabeleira? Foram umas semanas de muita reflexão e insegurança. Aos poucos me dei conta que naquele momento eu era um passageiro na estação ferroviária, vendo dois trens passando, aparentemente indo em direções contrárias. E ali naquele instante, pude entrever o espaço entre os vagões, como uma janela entreaberta. Essa era minha chance de saltar, confiar na intuição e encarar o desafio da música, sobre a qual eu sabia nada ou quase nada, deixando a linha reta da ciência, uma estrada asfaltada onde eu sabia como avançar, pela corrente do rio da música, cheia de surpresas, com suas enchentes e secas. Nadar ou afundar…

Tive o apoio fundamental de meus pais, que nunca se opuseram à minha decisão. Lembro claramente quando disse a meu pai que iria recusar a bolsa do INPA para ficar morando em Realengo, ensaiando todos os dias com uma trupe mambembe. Ele me disse calmamente:

— A vida é sua, tome sua decisão e siga em frente. Só não me venha dizer daqui a seis meses que quer ser biólogo outra vez, certo?

E esse foi o começo de um novo capítulo, um aprendizado que me pediu quinze anos de minha vida, e que me deu em troca a chave do Universo da Música.


Jovino Santos Neto (Brasil, 1954). Músico, compositor, arranjador e produtor. Por 15 anos, trabalhou em tempo integral com Hermeto Pascoal, como pianista, flautista, co-produtor de sete álbuns e excursionou internacionalmente, responsável pelo grupo. Criou um arquivo para documentar e preservar milhares de composições de Hermeto. Em 1993, Jovino se mudou para Seattle, nos Estados Unidos, para estudar regência e desenvolver sua carreira como compositor, pianista e arranjador. Entre 95 e 97 tocou com Airto Moreira e Flora Purim e excursionou por todo o mundo. Gravou discos como Alma do Nordeste (2007), See the sound (2010) e Current (2011). Publicou o livro Tudo é som, com 32 músicas de Hermeto Pascoal. Ensina piano e composição Cornisa College of the Arts em Seattle. Publicamos aqui o primeiro capítulo de um livro em andamento. Contato: jovino@jovisan.net. Página ilustrada com obras da Unica Zürn (Alemanha), artista convidada nesta edição da ARC.


Fonte: Agulha Revista de Cultura.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

DVD GALÁPAGOS- ADRIANO CAMPAGNANI


Enfim...um dvd no melhor estilo prog fusion de BELÔ, estilo esse que alguns puristas ignoram por puro preconceito ou falta de informação mesmo.

Campagnani, mostra em quase um hora um honesto trabalho de composições autorais, ele mesmo assina 12 das 14 faixas que ilustra o seu primeiro dvd. Os outros dois temas são de autoria do guitarrista e violonista Augusto Rennó. Tendo como base rítmica seu irmão o baterista André Campagnani e na base harmônica o tecladista com excelente bom gosto na escolha dos timbres Cláudio Faria.

Campagnani, dosa com muito bom gosto e senso melódico, técnica e domínio do aparato high-tech que compõe o seu set revezando com maestria e sem excessos os baixos de 4, 5 e seis cordas nesse caso um customizado com sistema MIDI sem trastes.

Vamos as faixas:

FIM DO MUNDO- abertura em tapping com a guitarra de Rennó, sublinhando o tema e o teclado tocando a melodia executada por Campagnani. nesse tema o emprego do Warwick se faz presente.

GALÁPAGOS- Campagnani incorporou a técnica do slap dentro do contexto prog. Técnica que anda meio saturada pelo abuso de alguns baixistas brasileiros que ainda insistem nessa fórmula.

Certamente, a técnica em si é propícia desde que tenha um propósito na composição e não apenas uma demonstração de técnica. Nesse improviso Campagnani aplica slap, pizzicato e sweep na medida certa sem causar fadiga auditiva.

CLARIDADE VIVA-Um balada no melhor estilo fusion em uníssono com violão e o emprego do baixo customizado MIDI onde com belos timbres onde alterna o som midiado e natural com extremo bom gosto, explorando harmônicos e sempre na medida certa, uma preocupação natural que Adriano exerce sem esforço. Belissímas imagens feita pela CamMate(câmera subjetiva presa ao instrumento)

INSETOS ON LINE- abertura com os insetos em seguida a linha melódica toda tocada pelo baixo que é completada pela guitarra de Rennó.

SÉTIMA VEZ-Outra balada composta para a execução entre o violão e baixo fretless com uma levada bossanovística, Campaganani explorando frases e harmônicos com desenvoltura. Sempre brindando com improvisos criativos, seguidos pelo piano de Faria e o violão do Rennó.

CÉU VERMELHO-Uma balada toda em uníssono com o fretless de Campagnani e Gerson"Play"Pires(voz) aliando bom gosto, precisão e demonstrando total entrosamento entre os dois interlocutores dessa balada fusion. Ressalto aqui a precisão de Pires.

CABELLUCK- Composição no melhor estilo guitar-fusion de Rennó baseada no slap de Campagnani.

SUPERNOVA- baixo solo usando o sistema MIDI ROLAND VS G88 onde são gravadas várias camadas do instrumento com o fretless customizado de seis cordas. Um curiosidade o final é uma referência ao baixo solo do Jaco no dvd SHADOW AND LIGHT. Muito interessante. Com texturas líricas melódicas virtuosísticas com essência oriental.

Campaganani repete os mesmos gestos do Pastorius, sai...deixa o sequencer tocando, passa a mão no cabelo em seguida a câmera focaliza seu pé direito que desliga o sistema. muito legal!!!

INDIAFRIKA- temos um duo entre o performance Marku Ribas com percussão de corpo e o baixo de Campagnani, numa sessão quase livre de improvisação. O slap, pizzicato e pedais são colocados com precisão.

PREDADOR II- Mais uma composição slapeada com Rennó sempre nos brindando com aquele timbre peculiar da guitarra fusion. Dessa faixa em diante Campagnani desfila bem o lado pesado do fusion mineiro.

220 VOLTS- Como o nome diz, alta voltagem em som fusion. Demostrando que a cena fusion mineira está bem servida de músicos competentes que entendem da linguagem sem abusar da técnica. Campagnani alia bem o uso dos pedais para o engradecimento do improviso.

No bis:

PREDADOR -Outro petardo fusion, aqui a turma mostra toda a pressão com Campagnani num slap poderoso com intervenções de Rennó bem dentro do contexto. solo todo em slap e sempre de bom gosto.

No Bônus Track:

BOSSA- uma bossa explícita com toda a modernidade do fusion executada no fretless customizado sempre dosando os harmônicos com sabedoria e um belo uníssono entre a guitarra e o baixo.

KOMODO- Um tema todo em uníssono e pesado como tem que ser nesses moldes fusion.

Campagnani, com timbre feroz de slap. Os improvisos de Campagnani são sempre com dosagem certa entre técnica, bom gosto melódica e aliando o melhor da tecnologia como ferramenta de suporte para as suas composições. Um tema feroz e forte como os Dragões de KOMODO.


Realmente um dvd com grande refino de composição na estética fusion, músicos de alto poder de fogo, um baixista técnico-melódico e com total dominio do arsenal high-tech.

Além do esmero na produção em empregar sistema de multi-imagem, CamMate, corte e som de primeiro mundo.

Sempre enalteço que nada devemos o que vem do exterior. Os nosso músicos devidos as condições que eles se formam, estão entre os melhores no universo instrumental.

Adriano Campagnani, se mostra um músico maduro, que não peca nos excessos e dosa com inteligência a técnica no slap, pizzicato e o emprego dos meios digitais e apuro nas composições calcadas no fusion sem causar fadiga auditiva.RECOMENDO.







sábado, 28 de janeiro de 2012

JOVINO SANTOS NETO QUINTETO-CORRENTE


CD CORRENTE- JOVINO SANTOS NETO-SELO ADVENTURES MUSIC


Um grupo coeso passeando pela música instrumental verdadeiramente brasileira.

Corrente- xote com sax alto de Wainapel, Rhodes de Santos Neto, baixo grooveano de Deardoff, um tema lindo, uma fusão do fusion Brasil, Busch executa um solo de berimbau nos moldes não convencionais. Break de batera do Ivester com timbre bem claro na caixa.

OBS: parece timbre de Fender, o baixo do Chuck.

Vivendo Do Presente- tema em uníssono com vibe de Thomas, clarineta de Wainapel e o piano acústico claro e definido.Uma levada de samba muda um pouco a tônica da composição.Jovino foi bem feliz nessa composição. Todos os instrumentos na frente, definição clara e precisa dos executante com uma expressão bem brasileira da Cuíca tocada por Jeff.

Two Friends, True Friends- composição já gravada anteriormente pelo JSN Quinteto(1º disco), com uma inovação abertura do baixo acústico e batera no melhor estilo ECM e voz fazendo a melodia principal, seguidamente com o soprano claro e afinado de Wainapel, agora começa a improvisação coletiva, Deardoff com idéias claras no baixo acústico sem repetir fórmulas já tocadas anteriormente.Gosto desse tema.

Matraca- Jovino surpreendendo mais uma vez, usando a percussão como tônica da composição(GALOPE) de novo o Rhodes sublinhando o tema, Nordeste sendo citado em toda a melodia. Mestre Jovino improvisando na Flauta como nos velhos tempos... Rhodes suingando, seguido do alto de Harvey, som de grupo que sabe tocar em grupo

  • Outras Praias-Sambão com base no piano acústico, alto de Wainapel costurando a melodia, tamborim acentuando o nosso samba, improviso de piano acústico com clara exposição de mão esquerda, direita tecendo melodias claras.
  • Zagaia-abertura do vibrafone de Thomas, uma cadência de Rhodes, baixo, sax e vibe, improviso de Rhodes a marca registrada do JSN.UAU!!!! emendando o solo de sax alto do mestre Harvey, improvisação clara sem o sotaque da escola bebopeana, Thomas improvisa fora dos moldes do padrão do vibrafone jazzístico. Solo de Fretless sem o excesso de vibrato de Chuck Deardoff, volta ao tema, pedal do baixo para as intervenções do batera Mark Ivester, um grande som de caixa.
  • Prá Casa- Um choro na melhor tradição da Terra Brasilis, com Wainapel esbanjando classe na escola da clarineta brasileira. um choro pós-tudo da contemporaneidade da MÚSICA BRASILEIRA.
  • Sea Sky- um tema típicamente Joviniano com escaleta, soprano e vibrafone, soprano improvisando, Harvey Criando.
  • Jovino é um grande improvisador da escaleta(melódica) instrumento inserido em primeiro plano na Música Verdadeiramente Brasileira.
  • E finalizando A Fonte- com introdução do clarinetística de Wainapel, uma balada, uma linda canção a marca do Jovino em tecer melodias em uníssono, timbre do piano claro com água na cachoeira

JSN QUINTETO: piano acústico, Rhodes e Melódica.

Chuck Deardoff- baixo acústico, baixo elétrico e baixo fretless.

Mark Ivester- bateria.

Harvey Wainapel- sax alto, soprano e clarineta

Participação especial: Lena Simon e Caroline Corcoran na faixa Two Friends, True Friends

Tempo total 56'58''

OSB; Quando se toca em grupo fixo, o resultado aparece, o som flui, a corrente nunca se quebra.

Congratulações.

Mauro Brandão Wermelinger, ouvindo e escrevendo em tempo real.



Com mais esse cd na sua já extensa discografia Santos Neto vem mantendo a verdadeira música instrumental brasileira no seu patamar merecido, residende em Seattle desde 1993, Jovino tocou por 15 anos. ao lado do grande mestre Hermeto Pascoal.

Jovino desenvolve e aplica seus conhecimentos no Cornish College of Music, Seattle, Jazz Camp, Brazil Camp, sempre prezando pela música de qualidade e dando ênfase a composição e a improvisação.

Com algumas indicações ao Grammy Latino e prêmios nos EUA, a trajetória desse compositor e instrumentista enaltece o orgulho de ser brasileiro. Num País completamente esquecido para o som lapidado e de alto grau de inteligência sonora.


Indo contra a corrente da mesmice musical com "CORRENTE"...