domingo, 28 de outubro de 2012
HERMETO COMENTA.
Comentário feito lá...nos anos 80. Precisamente no Bairro Jabour.
Hermeto uma vez disse:TOCAR você aprende, estuda e corre atrás
Ouvir é muito mais complicado. Entender nuances sonoras requer concentração.
<
Jovino Santos Neto, Lys Araujo, Clarissa Lambert e outras 4 pessoas curtiram isso.
Rodrigo de Jesus:
Sempreeeeeeee disse isso, o maior atributo de um músico é OUVIR.
Pedro Boschi:
Tem um video por aí que mostra o Pat Metheny falando que ele toca escutando os outros mas principalmente a si. que ele tem um critico que o habita e diz o que quer que ele toque.
Carlo Filipe Banhos Estolano:
Uma vez num workshop, o Paulo Moura disse : "quem estuda 06 horas por dia e ouve uma hora de música deveria fazer o contrário"
Pedro Boschi:
Olha, tenho escutado muita gente no Brasil e do Brasil chamando tudo quanto é tipo de música de "jazz". e isso pra mim é muito louco. não rola. o lance é diferente. ontem escutei musicos brasileiros tocando bossa nova em um video de youtube e claro, eles improvisaram... na boa, muita gente no brasil gosta de se enganar e enganar os desavisados de que improvisa pra valer. na concepção jazzistica, o improviso deve frasear, e principalmente jogar com espaços, pausas. nao é o que tenho visto por aí na praça. Tenho escutado o pessoal tocar escala, com algum desenvolvimento ritmico, mas sem nenhuma história sendo contada, sem boas frases. e mais importante, esse pessoal tira onda de jazzista!
Raphael Guimarães:
Escutar muita música é a chave do tesouro.. Ouvir e assimilar uma linguagem faz com que você guarde em seu inconsciente essas maneiras, e ao tocar, isso sai quase que espontâneo.. Podem acreditar!!
Rodrigo de Jesus:
as pedro quem chama tudo de jazz é o americano, Bossa é brazilian jazz, musica cigana é gipsy jazz, Djavan é jazz, Milton é o melhor cantor de jazz segundo a downbeat, o resto que tu falou sobre desenvolvimento eu concordo.
Pedro Boschi:
Olha, eu particularmente nao gosto da terminologia jazz para qualquer outra coisa que nao seja jazz no seu sentido historico Rodrigo de Jesus. Claro que entendo que a palavra jazz foi utilizada em muitas direções, o que musicalmente é bom, mas chamar tudo de jazz não dá. acho que o lance é entender o que define um estilo e genero. estou morando em ny e sei que pro americano a coisa pode ficar nebulosa, mas cabe aos que conhecem esclarecer tais "fronteiras".
Pedro Boschi:
outro dia toquei aqui com um baterista americano que me disse que na verdade o tema insensatez nao é realmente bossa brasileira, pois foi feita nos eua. Ou seja, tem um monte de americano falando merda tambem entende. ninguem é dono da verdade.
Pedro Boschi:
quero dizer que da mesma maneira que um americano generaliza e coloca no mesmo saco a bossa nova e a salsa, pois entende que isso é "Latin", o brasileiro tem tendencia a chamar muita coisa que nao é jazz de jazz.
Carlo Filipe Banhos Estolano:
Na minha visão , o Jazz é a maneira de tocar que privilegia a improvisação e a criação espontânea. Independente do estilo, que é determinado pelo ritmo (salsa, choro, rock, flamenco, clássico, e até Jazz). Hermeto já falou que o que realmente determina o estilo é sempre o ritmo. Por exemplo, se vc usar apenas uma nota em qualquer célula rítmica característica de um estilo, na mesma hora qualquer leigo (que tenha o hábito de ouvir música, claro) reconhecerá um Samba, Frevo, Rock, Heavy, etc. Já testei isso com alunos e vi que é fato.
Pedro Boschi:
Caro Carlo, voce está abrindo o assunto numa outra direção. em parte eu concordo com voce, mas acho que a musica é muito maltratada e incompreendida. Quero apenas reafirmar que por estar vivendo aqui nos eua e estudando numa universidade e claro tendo contato direto com as pessoas que historicamente são feitores ou herdeiros de uma tradição jazzistica, tenho percebido muitos equivocos por ambas as partes. E isso que estou falando pode ser comprovado se analizarmos o termo MPB no brasil. isso é um absurdo cara. atrocidades sao feitas em nome desses rótulos. e claro isso nao passa de uma nomenclatura de mercado.
Rodrigo de Jesus:
O americano tende a previlegiar o que é dele, o que tá certo, então utiliza essa termonologia generica, da mesma forma como só estuda a sua história, a sua geografia, os seus valores culturais, o americano médio é um ignorante completo, no puro sentido da palavra, concordo com ambos Carlo e Pedro. Tb já ouvi dizer que Insensatez é uma melodia do periodo clássico/romantico. Enfim ,acho esse papo bobo, vamos nos focar no desenvolvimento das nossas idiosincrasias, melhor coisa.
Pedro Boschi:
Rodrigo de Jesus, eu comecei falando que achava muito fraco o nivel da improvisação praticada a rodo no brasil. Isso pois estou cansado de ver e ouvir uma galera que se acha foda e na verdade quando improvisa nao diz muita coisa. E claro, se pensarmos a improvisação jazzistica desde seu inicio, fica evidente que falta ouvido e informação.
Mauro Wermelinger:
Perfeito Rodrigo de Jesus concordo plenamente com a sua linha.
Terminologias são feitas para se situar no periodo histórico.
O americano tende a se achar um privilegiado por estar numa grande potência.
Hermeto disse uma vez: Eles podem até ter uma harmonia bacana.
Mas a nossa riqueza rítmico-melódica e a diversidade como a música muda em cada cidade, bairro, estado... Isso eles não tem.
Rodrigo de Jesus:
harmonia? tais brincando quero ver um berkleniano sair do Jabour sem ferimentos,rsrsrss.
Mauro Wermelinger:
Foi Hermeto comentando a muito tempo, em relação aos standards.
Rodrigo de Jesus:
Toninho Horta, Hermeto, Egberto, Villa, Santoro, Buarque, Lobo, Jobim, quer mais HARMONIA, E SE O LANCE É ESSE VOU DE DEBUSSY, SCHÖNBERG, BARTOK,WEBERN, BERG, todos americanos como podemos ver,rsrsrsrs, kkkkkkkkkk.
Pedro Boschi:
Esse tipo de abuso que me refiro tem muito a ver com o que o ed motta reclamou ontem: tem gente que fica postando video no youtube dizendo "escuta essa reharmonização que eu fiz pra essa musica do tom jobim..."
Mauro Wermelinger:
boa essa Rodrigo de Jesus
Mauro Wermelinger:
Piada né Pedro Boschi
Leonora Meirelles:
Muito bom esse post de boas trocas, opiniões, conteúdo, enfim! Você deveria salvá-lo e quem sabe publicá-lo no seu blog se todos aqui concordarem Mauro!
Mauro Wermelinger:
Boa sacada dona LEO...VOU PUBLICA TUDO NO BLOG E TODOS CONCORDAM NÉ???
Pedro Boschi:
claro Mauro Wermelinger, inclusive aproveito pra enfatizar o assunto debatido com esse depoimento do maior de
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Texto montado à partir dos comentários no FACEBOOK
ResponderExcluirObrigado.
Muito bom Mauro! Queria participar também desses debates. Foi em algum grupo do Facebook? Grande abraço, aprendiz matheus.
ResponderExcluir