sexta-feira, 23 de março de 2018

FRAGMENTOS: Coltrane, Miles, Airto Moreira e Joyce Moreno.

John Coltrane...chegou até a mim por volta de 73 através de um senhor chamado Seu Francisco, um jazzólogo das antigas...E tornei-me um seguidor...
Sua escritura sonora é de um valor Bíblico em som e música. Profusão de frases tocadas à exaustão fez dele um voador no tenor e soprano praticamente uma extensão sonora de um outro livro sagrado Bhagavad Gita.
Não é por menos que ele queria Ser Deus quando largou o "Cavalo Branco"(Heroína) e se dedicou a vida espiritual e ao sax soprano.
 Eric Dolphy, a grande parceria no Quinteto do Trane:
Saxofonista alto, clarone ou clarineta baixo e flauta fez dele a voz ideal ao lado de São John Coltrane.
Miles queria atingir o público branco chegou a declarar que o jazz estava morto, aboliu o piano acústico, deu ênfase ao baixo elétrico(Dave Holland) e colocou dois tecladistas(Chick Corea e Keith Jarrett) cada um tocando uma linha diferente...  No auge da usina fusion Miles contava com Airto Moreira na percussão... Jack DeJohnette incendiando na bateria.
No meio dessa loucura toda chegou no Fillmore do mestre Bill Graham e ainda teve que escutar essa de um jornalista: Miles como músico bem mais velho do que sua banda o que tem a declarar?
Toco com músico jovem porque ele se arrisca muito mais e tem outra, a minha posição como líder é somente para ver até onde essa turma pode ir.
Essa banda é solta basta puxar o tema que a conversa começa, é uma extensa troca de diálogo sonoro.

Miles foi o único músico negro oriundo do jazz a tocar nesse festival. Quando o repórter perguntou qual é o nome dessa música que vai executar no palco?Miles ferino como sempre: ''Chame do que quiser" " Call It Anything Miles tocou apenas 35'. Em trinta e cinco minutos de puro som criativo sacudiu o último suspiro da chamada Era de Aquário.
Para quem curte separação de canais no vídeo da Ilha de Wight temos Keith Jarret no canal esquerdo e Chick Corea no canal direito. Chick Corea empregou nesse concerto um piano de armário Hohner ligado em um dispositivo de distorção que ele controlava na mão.
E por falar em Airto Moreira...
Creio que nos anos 70, fui um dos poucos a circular com os discos da Flora e do Airto entre a turma do som,
E rodei o Rio de Janeiro inteiro por conta da música, dos amigos de audição plena...
Frequentei Padre Miguel ao lado da Escola de Samba com Ruben Lima na casa do Ivan, Zona Sul Arpoador, Copacabana, Tijuca no apê do falecido Pingo(foi-se faz tempo).
Ainda pela Tijuca no casarão do Demetrius Braz, Irajá, Bonsucesso onde tinha som lá estava sempre cercando de gente bacana e altos papos sobre o melhor assunto até hoje SOM E MÚSICA.
Na apartamento do Fausto Ricardo conheci Alexandre Carvalho e o Clauton Campello(Rip) no famoso prédio da Soares Cabral onde o Fausto vigiava a chegada da mãe quando ela chegava todos saiam pela cozinha, porque ela não via com bons olhos essa malucada ouvindo som doido No Maracanã no apartamento do Aloysio Neves o cara simplesmente tinha ou ainda tem quase todos os discos da ECM.
Fui no cantinho do falecido recentemente Clauton Campello, grande pianista para degustar Herbie Hancock sacou Joao Braga e ganhei o apelido de "cabelo" dado por você onde o conheci durante as loucas MARACATU JAM(Laranjeiras), o cara tem um esquerda matadora e uma direita nervosíssima...
São 57 anos nessa: Som, equipamento, formação e informação musical, não preciso de muito para ser feliz, basta dar Rec Play em qualquer equipamento rodando em qualquer fonte.
Bicho, na boa, sem música nem estaria vivo...  Enfim, rodei por conta do som e da música...

Joyce Moreno foi considerada pelo menos pra mim a Joni Mitchell Carioca.
Voz incrível, um violão com tudo em cima, longos cabelos dividido no meio, aquele par de olhos verdes azulados mareados uau!! e sempre cercada de grandes músicos. Não perdia um concerto dela.
Joyce surgiu como algo ainda raro por essa seara a mulher compositora e teve problemas de aceitação isso 1967, ela tinha 19 anos, e foi vaiada em um festival gigantesco para 50 mil pessoas.
Os anos 60 chegaram um pouco tarde no Brasil...coisa de terceiro mundista..

quarta-feira, 21 de março de 2018

DE MILES A HERMETO..Um texto curtinho..

Toda a base do jazz contemporâneo é altamente percebível nesse concerto do Miles na Ilha de Wight, não me canso rever, rever e rever,
E sempre capturo algo novo e no entanto, isso aconteceu em 1970.
É uma concepção arrojada de música improvisada criativa que poucos se atrevem a fazê-la.
O perfil só viu isso acontecer no longínquo bairro Jabour precisamente na Rua Vitor Guizardi, 333.
Onde o campeão Hermeto compôs, arranjou e improvisou sobre temas cabulosos.
Onde a  Usina Criativa da Música Instrumental Brasileira formou o seu senso estético-musical.
Hermeto coincidentemente teve uma formação parecida: sax, baixo elétrico, bateria, teclado e percussão.
Hermeto compunha sem parar em um exaustivo e criativo ensaio de segunda a sexta de 14:00 as 20:00 entre 1984 a 1993(período que o blogueiro viu e ouviu tudo isso de perto)
Putz!! que bloqueiro sortudo. 
Uma menção especial ao grande Airto Moreira que esteve em todas nos anos 70 na seara do jazz fusio, ele simplesmente tem é história pra contar. 
Em relação a Flora Purim...Quando ela disse para o Hermeto que iria tentar a vida nos EUA, ele deu o seguinte toque a ela: Flora, tem que chegar lá cantando diferente porque eles já tem a Ella Fitzgeral e a Sarah Vaughan. empregue a voz como um diferente e cante outras coisas, cante sempre diferente.
Airto Moreira já estava tocando com as grandes do jazz e do Jazz fusion na Terra do Tio Sam.


A RELAÇÃO SOM E MÚSICA.

Creio que nos anos 70, fui um dos poucos a circular com os discos da Flora e do Airto entre a turma do som,
O cara rodou o Rio de Janeiro inteiro por conta da música, dos amigos de audição plena...
Frequentei Padre Miguel ao lado da Escola de Samba com Ruben Lima na casa do Ivan, Zona Sul Arpoador, Copacabana, Tijuca no apê do falecido Pingo(foi-se faz tempo).
Ainda pela Tijuca no casarão do Demetrius Braz, Irajá, Bonsucesso onde tinha som lá estava sempre cercando de gente bacana e altos papos sobre o melhor assunto até hoje SOM E MÚSICA.
Na apartamento do Fausto Ricardo conheci Alexandre Carvalho e o Clauton Campello(Rip) no famoso prédio da Soares Cabral onde o Fausto vigiava a chegada da mãe quando ela chegava todos saiam pela cozinha, porque ela não via com bons olhos essa malucada ouvindo som doido, era uma cena muito engraçada...
No Maracanã no apartamento do Aloysio Neves o cara simplesmente tinha ou ainda tem quase todos os discos da ECM.
Fui no cantinho do falecido recentemente Clauton Campello, grande pianista para degustar Herbie Hancock sacou Joao Braga e ganhei o apelido de "cabelo" dado por você onde o conheci durante as loucas MARACATU JAM(Laranjeiras), o cara tem um esquerda matadora e uma direita nervosíssima...

Tenho certeza que não vi esse tempo todo passar, talvez seja o segredo de estar do mesmo jeito até hoje. Creio piamente que o som e a música que tem preservado da mazela imposta pelo SISTEMA, e com a chegada da internet, E-Mule, Torrent e Youtube vem contribuindo para o bem-estar.
São 57 anos nessa: Som, equipamento, formação e informação musical, não preciso de muito para ser feliz, basta dar Rec Play em qualquer equipamento rodando em qualquer fonte.
Bicho, na boa, sem música nem estaria vivo...
Enfim, rodei por conta do som e da música...
Valeu!!

sexta-feira, 16 de março de 2018

O BLOG ABRINDO UMA EXCEÇÃO.

O blog Wermelinger Som e Música de vez em quando abre espaço para algo diferente.
Tomei a liberdade de publicar três comentários extraídos dessa bestial rede social que ficou louca sobre o CASO MARIELLE FRANCO.


Bia Willcox
Eu tenho convicção (uso logo os termos da hora) que as pessoas aqui estão perdendo a capacidade de raciocinar, esvaindo neurônios banda larga abaixo, sabe?
Ou será que o emburrecimento é proposital? Ou será mesmo que o ódio cega e ensurdece (pena que não emudece)?
Pessoal, eu senti muito a morte, há quase 2 anos, da Gisele Palhares, médica moradora do Rio, assassinada na Linha Vermelha.
Pessoal, olha, foram crimes diferentes, com diferentes motivações, mas ambos horrendos, ok?
Pessoal, prestençaum aqui ó, se comover profundamente com a brutalidade da execução de uma líder cuja história de luta é inegável, não significa que não liguei pro caso da morte da médica em 2016, tá bom?
Pô pessoal, tenta ler fora daqui, só dados e fatos, pra vocês tentarem emitir a opinião de vocês depois de um detox.
E, assim... ter que se posicionar tipo monstro, tipo Frota, Lobão, só por conta de esquerda x direita. Cá entre nós, as ideologias vão ser enterradas no mesmo chão.
Tem lado não, tá?
O que vale mesmo é conseguir sacar o que é bem e rejeitar o que é mal.
Cês acreditam que eu não desejo mal e nem comemoro desgraça de ninguém por ideologia? Dá pra fazer. Rola.Tenta.
Quanto à Marielle, tenho certa preguiça de explicar que o assustador dessa história toda é que foram as causas que ela defendia que a mataram. Você entende? Espero que sim.

Agora apaga o seu post sem sentido, esquece o Professor Doutor Olavo e foca em Cristo. Melhor de se seguir. Se ele tiver olhando isso tudo aqui, garanto que estará chorando...


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Helbe Machado
Sinceramente, nunca achei que tivesse tantos amigos e conhecidos, com mentalidade tacanha, e limitada, sem falar nos que não sabem nada de nada e ficam vomitando um monte de merda pela boca, vocês donos da verdade, cuidado, pq na hora que a violência chegar em vocês aí quero ver os posts o que vão falar... ficar do sofá ou da mesinha de computador só julgando e promovendo um debate escroto sem embasamento nenhum, é mole, agora vai morar um mês na favela pra saber a realidade, vai pesquisar de verdade p vc ver se sua pobre e limitada opinião não vai mudar, e outra coisa, morrem milhares de pessoas no Rio a todo tempo, agora, é difícil entender que a Marielle era uma guerreira feroz contra TODO TIPO DE VIOLÊNCIA, tanto da polícia quanto de bandidos? E que isso gerou uma representatividade que está incomodando os egoistas e principalmente os sem argumentos, pra finalizar, antes de defecar pela boca, prócure saber...


Monique Aragão
2 h · Rio de Janeiro ·
Que mulher é essa, valeu Monique Aragão
Tudo de bom sempre.✌️✡️☯️🕉️☮️
As redes sociais se tornaram sacos de gatos. Eram bons os tempos em que os problemas aqui giravam em torno de ciúme, inveja e intrigas. O ser humano não é mesmo fácil. Mas a gente bem que se divertia.
Não se falava de política, ou melhor, falava-se mas ninguém dava a mínima pro assunto. Como foi que, de repente, todo mundo ficou contra, a favor ou muito pelo contrário?
Algumas palavras se tornaram proibidas nas redes. Expressões como "direitos humanos" e "mérito" perderam seus significados originais e subitamente se transformaram em "defesa de bandidagem"e "meritocracia fascista". Por que isso?
Os textos publicados não são lidos com cuidado. Se já não lemos bem, escrevemos pior ainda. E não podemos esquecer das empresas milionárias que plantam notícias falsas ou as quase verdadeiras, as que dão motivo para se duvidar do todo. Não foi à toa que o caos se formou.
Mas estou falando tudo isso pra dizer que não conhecia a Marielle. Li uma única reportagem sobre sua morte, poucas horas depois do crime, e não consegui mais dormir. Aquela moça tão linda, tão cheia de vida e de esperança de mudar a realidade do seu entorno, foi calada por assassinos que não tiveram a menor preocupação em forjar um assalto, ou coisa parecida. Foi um recado dado a seco.
São tantos crimes acontecendo todos os dias, tantos medos, tanta insegurança... Mas não tenho vontade de justificar minha dor. O que eu quero dizer é que me vejo totalmente na Marielle, apesar de não pensar exatamente como ela e de não estar na pele dela.
Também quero dizer que as pessoas não são tão ruins como parecem nas redes sociais e que a gente precisa se ver mais.

De quase tudo que li sobre o caso Marielle Franco destaco esses três.

É O SISTEMA MATANDO SEUS FILHOS.



Toda vez que o sistema da corrupção se sente ameaçado esse tipo de execução sumária acontece.
Porque incomoda, e o mesmo Sistema tem que se articular e "apagar" literalmente por quem entra no caminho deles.
Basta fazer um revival nos filmes Tropa de Elite I e II para entender o que está acontecendo hoje.
"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar

 Em relação aos comentários sobre o assassinato de Marielle Franco:
O extremo de amor e ódio político trocado nessa rede social demonstra claramente a bestialização de pessoas que não sacaram o teor desse crime.
Para os neutros que fiquem neutros é a melhor saída.