quinta-feira, 30 de junho de 2016

SOBRE A FORMAÇÃO DO HERMETO PASCOAL E GRUPO DE 1974 A 1993.

Hermeto Pascoal, um gênio de fato que sempre se cercou da nata de grandes instrumentistas, foi assim com a formação dos anos 70, que soava como uma mini big-band(zé eduardo Nazário, Lelo Nazário, Zé Carlos, Oberdan Magalhães, Mauro Senise, Raul Mascarenhas, Márcio Montarroyos, Zé Carlos, Aleuda...
Além da formação com Cacau e Nivaldo Ornellas todos  com suas carreiras em curso...
Em 77, uma formação entrou em processo embrionário em torno do recém formado biólogo Jovino Santos Neto, Itiberê Zwarg e Pernambuco, até a chegada de Carlos Malta e Márcio Bahia que viria ser segundo, os especialistas em  música, a melhor até hoje... Sendo tema  de pesquisa em Dissertação e Tese no meio acadêmico em Universidade Federal.
.De fato essa formação teve uma vida longa de 1981 a 1993 com ensaio de segunda a sexta de 14:00 às 20:00h o que catapultou a carreira do próprio Hermeto que conseguiu fazer dessa formação um leque sonoro de possibilidade em cima da sua composição altamente criativa.O grupo fazia longas tournées na Europa onde encontrou um viés para escoar sua produção e ao mesmo tempo seus músicos foram criando uma linguagem completamente nova no quesito da improvisação onde cada concerto ia variando de três a cinco horas de duração e um diferente do outro.
Nessa época o Grupo do Hermeto estava afiadíssimo com seus protagonistas voando em pleno palco, o inusitado era a tônica dessa formação com uma abertura free onde o tema ia sendo introduzindo para mais tarde, já no ápice da abertura de cada concerto, Hermeto aparecia sendo ovacionado e adentrava numa improvisação sem igual no sintetizador Yamaha DX7 com frases criativas, carregada de bom humor e o grupo dando o suporte necessário, onde diversas pontes eram estabelecidas para o improviso coletivo dos músicos. Era festa sonora de música brasileira instrumental altamente criativa e única.
Em 1993, com a saída da linha melódica(Carlos Malta) e do elemento da harmonia(Jovino Santos Neto) que embarcou com a família nesse mesmo ano para Seattle e seguir por lá sua trilha de educador, músico e interprete dos temas do grande Hermeto Pascoal, seria necessário encontrar uma substituição de peso para tal fim e continuar a rotina de ensaio(exaustivo) e concerto no Brasil e no Exterior.
Pois bem, nessa saída entraram dois músicos da pesada, Rafael Vernet no piano e Eduardo Neves(uma cria direta do som do Hermeto), ele mesmo vivia mergulhado na famosa jam de sexta-feira no longínquo bairro do Jabour. Essa formação pouco se falou por conta de sua duração de nove meses aproximadamente, praticamente cumprindo datas no exterior e alguns concertos pelo Brasil.
Os dois instrumentistas de fato cumpriram o seu papel na substituição dos músicos que haviam saído para seguir suas carreiras. Rafael Vernet além de exímio pianista tocou tudo que o Hermeto escreveu e com uma improvisação fluente devido a sua formação jazzística. Por conta disso, indo além da linha de execução do pianista anterior... Eduardo Neves, como cria direta se deu muito bem executando a parte melódica que outrora tinha sido tocada e muito bem por Carlos Malta.
De fato essa formação passou um pouco velada e do nada o autor desse texto resolveu contar um pouco do que foi esse momento transitório
 Em relação ao grupo formado posteriormente a essa, o autor não tem base para escrever sobre o assunto muito  por conta do seu próprio afastamento da seara chamada HERMETO PASCOAL E GRUPO.

domingo, 26 de junho de 2016

DEVANEIOS ELDO POPEANOS- UMA LEMBRANÇA SONORA

Eldo pop entre o final de 1971 até setembro de 78...o som rolava de 7 da manhã as duas da madrugada..E quem viveu.. com certeza é mais feliz.
Ainda corria o ano de 1978...E numa guarita na Escola de Artilharia de Guerra e Anti-Área meu rádio sintonizado na ELDO POP FM. 

A vida dentro de uma instalação militar ficava mais amena e como tinha "maluco" dentro do Quartel ligado na Eldo Pop.

Impressionante a coleção de discos do Big Boy...alimentando sete anos ininterrupto de som contemporâneo dentro da faixa de 98.1 MHZ.
A cada vez que comento sobre a Eldo-Pop percebo a importância fundamental do Big Boy nesse processo(pelo menos pra mim), foi e ainda é a minha escola de som, a melhor que já tive...O Repositório do Youtube vem resgatando com supremacia essa fase fantástica de uma rádio que ficava aqui pertinho, precisamente na Rua do Rusell, 434- Glória.

E por incrível que pareça sempre que passo em frente(de busão) tenho uma profunda sensação de bem estar quando olho a Praça e vejo o Sistema Globo de Rádio e revejo o filme passando dentro da minha mente. 
A rádio surgiu do nada...O diretor da Rádio Globo adentra o estúdio e diz: Temos que colocar uma rádio no ar em caráter experimental, e tem que tocar tudo que não toca na Rádio Mundial.

"Peixinho" que foi o assistente do Big Boy por muito tempo pensou:

Não tínhamos os discos, não tínhamos programação e não tínhamos ideia de como fazer.
Então, vamos usar a discoteca do Newton, vamos tocar aqueles discos de pop, progressivo...E foi feito...

Em 71, também entrava para o Escotismo no 115º Grupo de Escoteiro Padre Vermin...Era uma onda aquilo tudo, muito acampamento, reunião, fogueira, disciplina e muito som da Eldo Pop.

Feliz é o homem que ouviu, sentiu e aprendeu com Eldo Pop.



quarta-feira, 15 de junho de 2016

O TEMPO...A DIMENSÃO PARALELA...(Texto em construção)

O tempo passa tão rápido, vou levando tudo dentro do meu tempo e responsabilidade e numa total introspecção que até esqueço que existo.

Creio que isso tudo em parte é proveniente de anos e anos de som, cultura, arte e afins...Deixa o cara no "mundo da lua", numa espécie de Dimensão Paralela sem perder o foco do entorno. E não é de hoje que vivo assim...Lembro-me muito bem quando aprendi a ler...vivia cercado de gibis, história quadrinhos, montando álbum, juntando material de tudo que achasse interessante...Isso explica muita coisa...
          Nasci em 1960...69 algo começou a borbulhar na minha mente ou um pouco antes...O SOM que vinha do rádio do meu Pai...Ele levantava cedinho e ligava o dispositivo radiofônico, girava o dial procurando estação e aquele som me chamava atenção e, pelo Rádio fui descobrindo o som...

sexta-feira, 3 de junho de 2016

A MANEIRA DE COMO VEJO E O OUÇO O SOM...



A diferença entre entender de música e sacar de som...Não é uma linha tênue...A vivência in loco com grandes mestres faz uma diferença...Sabe o que é encontrar um Tomás Improta, Phillipe Doyle, Paulo Moura, conversas com Edgar Nunes Roca, o bituca, percussa da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal dos bons tempos...Marco Pereira, Nico Assumpção, Hermeto, Paulinho Trompete...Na boa...A Lista é infindável...
As bienais de música contemporânea, o jazz alemão na Sala Cecília Meirelles, som de vanguarda no Teatro do Ibam...Vendo gravações no estúdio sinfônica da Rádio Mec... Conversas sonoras com Arismar Do Espirito Santo Gabriel Grossi Daniel Santiago olha...na boa...Hoje sinto falta disso tudo e vejo que tudo vale a pena...Quando a vida não é pequena e cheia de som.

Sobre som...

Certamente ouvi Beatles e Rolling Stones, contudo, pulei logo essa etapa muito rapidamente...Me lembro muito bem...Zappa chegou rápido aos meus ouvidos e muito rock além dos quatro cavaleiros, ultrapassando com facilidade as pedras rolantes...A música contemporânea já era habitué muito por conta da influência do meu avô Trajano Brandão dotado de uma percepção fantástica e ouvia os clássicos, a turma da pesada como Stockhausen, Varese, Xenakis...Meu ouvido naquela época não aguentava nada menos que 10'...Bitches Brew, Hermeto... Festival de jazz em SP em 78 e sem querer fiquei na frente de muitos da minha geração que estacionaram em quase tudo em termos de som...Se acostumaram a ouvir o trivial...Respeito todos por isso, e como nunca parei aqui estou divulgando som nesse perfil sonoro.
Muito da respeitabilidade que tenho hoje é pelo simples motivo que nunca parei de ouvir som, lidar com som, absorver som e toda a literatura sonora até onde pude alcançar
.Com o advento da internet e a criação do Repositório do Youtube corroborou para a busca, a recuperação e a disseminação do som. E fico contente quando alguém comenta algo que inspirou esse texto...E o bacana disso tudo é que continuo do mesmo jeito, fisicamente e sonoramente. Sem som não há vida para mim...Agora tem que ser SOM...SOM DE VERDADE...MÚSICA é aquela que toca na rádio e não precisa pensar.
A música vai muito além do gosto disso e não gosto daquilo...Fulano toca mais...beltrano toca menos...o jazz é tudo...rock é melhor...que nada MPB que é o grande lance...nada disso...prefiro progressivo...blues é mais simples...A música erudita é a mais pura...
TUDO ERRADO...A música vai muito além disso: Requer estudo, dedicação, imparcialidade sonora, inventividade e amadurecimento. ISSO LEVA TEMPO E BOTA TEMPO NISSO.
E UM PÚBLICO EDUCADO A OUVIR O QUE ELA TEM DE MELHOR...
TEM MUITO MÚSICO...E POUCA MÚSICA...


"Na beira da estrada valeu...o que era dele, era meu"...



Postado por Mauro Wermelinger às 02:19











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