SOBRE O SOM DO CELSO PIXINGA NO THE ORLEANS-06/10/11
Cercado de bons instrumentistas, o baixista e empreendedor sonoro, opta por um som instrumental dançante, preferindo ir por esse viés, com fórmulas já tocadas antes por bandas como Average White Band, Parliament, Funkadelic, Tower Of Power e não tão longe assim BANDA BLACK RIO.
Certamente, não estou aqui para demérito da sua capacidade de tocar, porém tem preferido o caminho do groove, com fórmulas burocráticas, com levadas já exploradas ao máximo por esse tipo de formação. Certamente para uma noite de quinta num bar, onde pessoas vão para se divertir, nada melhor.
Deve-se sim pensar em produzir algo mais bem elaborado, dando enfâse a composição e arranjos mais ousados.
O Naipe de metais( ( Wagner Barbosa ( sax ), Douglas Felicio Ferreira ( Trombone ), Marcos Will ( trompete) soa eficiente e nada além disso, volto a escrever sem demérito aos instrumentistas, ainda muito longe de um naipe das grandes bandas de soul e funk americanas que aqui nos tentamos reproduzir há anos. A Banda Black Rio deu um roupagem mais brasileira a esse tipo de formação.
O baterista(Cristiano Rocha) toca redondo o tempo todo como pede a esse tipo de som. Na guitarra de Fred Tamgari fazendo a famosa base com wha-wha e palhetadas swingadas cumpre com eficiência o seu papel.
E cuidando da parte harmônica a pianista, tecladista e compositora Lis de Carvalho que tem usado os mesmos modos e formas de acompanhamento nesse tipo de formação e som. Seu timbre do teclado não é dos melhores(talvez falte uma atualização ou pesquisa no banco de sons) é certo que nos graves(mão esquerda) o pouco que ouvi não soou agradável.
Certamente, não tiro a sua contribuição no cenário da música instrumental paulista.
Lis de Carvalho, não anda tocando em grandes formações, tem se dedicado a lecionar na EMESP-TOM JOBIM(exercendo uma enorme contribuição na formação de novos músicos)
Claro que a mesma, recentemente tocou no Festival de Jazz em Bento Gonçalves(Porto Alegre, 27/09/11) liderando pela primeira vez o seu quarteto(em mais de 25 anos de atuação) e mostrando temas do seu primeiro disco solo "CAMINHO DE DENTRO" que contou com os músicos: Célio Barros(baixo fretless) e proprietário do estúdio PMC(onde Lis, finaliza o seu disco) e Daniel Alcântara(trumpete e flugelhorn) e o baterista e educador musical Giba Favery.
Infelizmente, não tem um bom material no youtube dessa sua estréia como líder do seu quarteto.
Certamente, não estava presente no show o que vi foi pelo canal do youtube com aquele seu som sofrível de mp3 e para piorar tudo filmado por celular o que torna o produto ainda pior e longe de ser um concerto, apenas um show. Onde praticamente a música nem requer uma audição mais apurada por parte do público sobre o som do Celso Pixinga e a Moving Light Band.
Tenho reparado que desde dos final dos anos 80 a nossa boa música criativa instrumental brasileira vive um ostracismo.
Em parte por culpa do músico que prefere o apelo fácil, mesmo sendo instrumental e o público que perdeu sua exigência musical.
Eu ainda prefiro o seu formato de quarteto que tem mais apuro instrumental.
Esse trabalho foi calcado em parte da Moving Light Band uma banda mesclando, jazz e funk. Com uma diferença tinha um naipe de vocais que fez falta nessa apresentação. Nesse formato soaria mais dentro do contexto. já que foi concebida para ser assim o que não impede a sua mudança na formação.
Sei da capacidade do grande Celso Pixinga que tem usado mais a técnica do pizzicato, deixando um pouco de lado o seu lado slap que o tornou tão conhecido no meio. Com mais ensaio, mais vontade de criar algo novo, Pixinga com certeza vai alçar vôos mais altos.
Música criativa precisa de risco, arrisque para o a saúde musical desse País.
Ele mesmo define o seu som com esse texto:
Celso Pixinga, Wdm Brass ( Wagner Barbosa ( sax ), Douglas Felicio Ferreira ( Trombone ), Marcos Will ( trompete ) Fred Tamgari ( Guitarra), Lis de Carvalho ( Teclado ), Cristiano Rocha ( Bateria )....um show para se divertir com muito groove!!! Abraços.Um show para se divertir, apenas isso.
No meu tempo groove significava levada, agora americanizou de vez GROOVE.
Enfim, Celso Pixinga é um grande músico, porém indo pela via do mais acessível. Talvez preocupado com o mercado.
ADENDO:
Uma técnica que cansa um pouco, por soar repetitiva e metálica demais.
Sem dúvida um grande músico que financia os seus projetos.
Deveria pela experiência que carrega, ousar mais no quesito arranjo e composição.
Ao meu ver o seu som fica sempre com uma leve sensação que beira ao comercialismo, apenas produzindo música sem letra.
Apesar de ser endoser dos baixos CONDOR o timbre desses instrumentos não são dos melhores na minha modéstia opinião.
Nem o fretless fabricado pela CONDOR, se compara com o timbre e sonoridade de um Fender Jazz Bass.
DISCOGRAFIA:
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
| |||
|
CELSO PIXINGA
• Discografia: 20 CDs e 4 DVDs de show. |
| |||
| |||
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.